Quando se trata de cuidar da saúde mental, é comum ouvirmos os termos “psicologia” e “psiquiatria” e muitos de nós ficamos confusos por não sabermos bem as diferenças. No entanto, as duas disciplinas têm abordagens e objetivos diferentes no tratamento de questões relacionadas à mente e ao comportamento humano. Neste artigo, vamos explorar as diferenças entre psicologia e psiquiatria, para que possa entender melhor essas áreas e tomar decisões informadas sobre a sua própria saúde mental.
A psicologia é uma disciplina que estuda o comportamento humano e os processos mentais. Os psicólogos são profissionais com formação académica em psicologia e especialistas em compreender como é que os processos mentais se formam, se desenvolvem e transformam. Nas sessões de Psicologia/Psicoterapia o objectivo é descobrir as origens do sofrimento mental, e encontrar meios para que os modelos/esquemas mentais em funcionamento até então, vão sendo transformados, criados outros novos e, assim, diminuir o sofrimento psíquico. Alguns psicólogos também podem realizar avaliações psicológicas e administrar testes para auxiliar no diagnóstico e no planeamento do tratamento.
Por outro lado, a psiquiatria é uma especialidade médica que se concentra no diagnóstico e prescrição medicamentosa da patologia mental. Os psiquiatras são médicos que se especializam em psiquiatria. Eles podem prescrever medicamentos psicotrópicos, como antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos. Além disso, alguns psiquiatras também fazem psicoterapia e aconselhamento.
Uma maneira de entender melhor a diferença entre psicologia e psiquiatria é comparar as áreas de atuação de cada profissional. Imagine que está a passar por um período de “stress” e ansiedade intensos. Se optar por procurar um psicólogo, terá oportunidade para compreender o que se passa no seu psiquismo, porque é que reage da maneira que reage, apropriar-se do seu mundo interno e ter mais “poder” sobre a sua vida mental. Por vezes, quando o sofrimento mental é grande, optamos por consultar um psiquiatra porque queremos uma ajuda medicamentosa e, em outros casos mais graves, não podemos senão optar por ela (quando há risco para o próprio ou para outros), embora a decisão da necessidade da medicamentação seja sempre do médico psiquiatra.
É importante notar que psicologia e psiquiatria não são mutuamente exclusivas. Na verdade, muitas vezes essas duas áreas trabalham em conjunto. A escolha entre psicologia e psiquiatria pode depender das necessidades individuais, da gravidade dos sintomas e das preferências pessoais.
Entendemos que para quem quer resolver de fundo as suas problemáticas mentais, é sempre necessário fazer uma psicoterapia com um Psicólogo. Não há medicamento que ajude a compreender quem somos, a aceitarmo-nos melhor, que nos compreenda ou ampare no nosso sofrimento.
No entanto, se você está a lidar com sintomas mais graves, como depressão severa, transtorno bipolar ou esquizofrenia, é necessário consultar um psiquiatra.
Em alguns casos, o tratamento ideal pode envolver uma abordagem multidisciplinar, com a colaboração de psicólogos e psiquiatras. Essa abordagem integrada permite uma compreensão abrangente do indivíduo e o uso de intervenções terapêuticas combinadas, incluindo a terapia psicológica e o tratamento medicamentoso, quando necessário.
Em suma, ao buscar ajuda para questões de saúde mental, é importante estar ciente das diferenças entre psicologia e psiquiatria. Ambas as disciplinas desempenham papéis fundamentais no cuidado da saúde mental e podem trabalhar em conjunto para fornecer um tratamento abrangente e eficaz.