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Larguemos os Telemóveis

Vivo, com alguma angústia, o fenómeno dos telemóveis transformados em coisas que nos retiram da vida real, associado ao fenómeno das redes sociais, que têm impacto semelhante.

Estou sentada no avião aguardando aquela corrida para largarmos a pista em direcção ao céu e o meu filho adolescente chama-me a atenção para uma jovem, talvez de 20 anos, que estava de 5 em 5 segundos a abrir aplicações no telemóvel no sentido de verificar se havia algo de novo. O que procurará esta jovem? O que espera encontrar? O que procuram milhões de pessoas encontrar nos seus telemóveis?

O que tem vindo a acontecer com o nosso cérebro que faz com que a primeira coisa que milhões de pessoas fazem ao acordar, seja olhar para o seu telemóvel procurando mensagens, notificações, vagueando pelas redes sociais? Muitos, dão mais atenção ao seu telemóvel do que às pessoas com quem convivem. Que estranho estado de coisas este em que preferimos saber o que publicaram os nossos “amigos” do Facebook, do que estar a conviver com os nossos amigos, familiares ou connosco próprios! Os serões de muitas famílias hoje em dia, consistem em cada membro da família estar envolvido e focado naquilo que se passa no mundo virtual.

 

E o que se passa no mundo virtual?

Ele é um espelho da vida real? Não creio.

O mundo virtual é criador de Ideais. As férias maravilhosas, os corpos incríveis, os cursos que prometem um sem número de aquisições, os cremes, os planos de emagrecimento, as palavras motivacionais, etc, etc.

Costumo dizer ao meu filho adolescente, já chega de lixo, desliga isso. Dou-lhe permissão para estar algum tempo a “comer” aquilo que considero lixo, mas faço-o saber que o lixo não nutre, lixo é lixo. E ele sabe. O que nutre é o amor, o prazer, o silêncio tranquilo, a cultura, a amizade, a tristeza sentida, enfim, o que nutre é vivermos a nossa vida como ela é e encontrarmos os meios para transformá-la em algo que nos faça apetecer vivê-la.

Os telemóveis, enquanto meio para estarmos nas redes sociais e saber o que publicaram os nossos “amigos” ou publicar, frequentemente, as fotos do nosso jantar ou outra coisa qualquer, fazem mal! É óbvio que tudo requer equilíbrio. Faz mal se nos viciar, se nos retirar oportunidades para viver a vida real, se nos isolar, se nos distanciar de estarmos atentos ao que se passa connosco e com os outros. E a verdade é que, a grande maioria das vezes, tem estes impactos.

 

Estejamos atentos.

O telemóvel vivido desta maneira serve como silenciador do sofrimento da vida mental. De cada vez que negamos uma tristeza, um vazio, uma frustração, iremos precisar de algo que nos ajude a manter esses sentimentos “calados”. Algo que, a cada momento “morto”, nos impeça de escutar os sons da nossa vida mental. E lá está o telemóvel sempre à mão para nos distrair.

 

Paula Campos
Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Psicanalítica

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